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quarta-feira, 5 de agosto de 2015

A seletividade dos taxistas soteropolitanos

Na segunda-feira da semana passada, entrei num táxi, disse o meu destino e ouvi:
- aaah, ali eu não vou não. Rua muito movimentada e estreita, ruim pra manobrar. O trabalho não vale esse dinheiro.
Fiquei estatelada olhando pra ele, incrédula... E ouvi mais:
- Bora, moça... Desça que o sinal abriu.
Atônita com a dimensão do grosseria e falta de profissionalismo, desci sem dizer um "ai". Minutos depois despertei  e passei o resto do dia me recriminando por não ter despejado desaforos, todos aqueles que iam surgindo com o passar das horas. Foi uma saga o auto-questionamento: aonde estava minha língua? Aonde se esconderam todos esses desaforos? 
Mentalizo Exu: o senhor trate de fazer alguém dar uma resposta a ele, não tem lógica tratar ninguém assim e nem ouvir nada, vai continuar achando que pode lidar com as pessoas assim.
Hoje, entro num táxi, olho pra cara do motorista, o reconheço e digo:
- ahh, lugar fácil de entrar e sair, longe, corrida de valor muito alto, deve ter gente mais educada pra receber meu dinheiro e ter a honra de carregar minha energia positiva.
Desci do carro e só ouvi um "que mulher maluca".
Não acredito que tenha sido lá grande resposta, mas negar meu dinheiro a ele já me deu alguma paz!