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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Ode Eledá

Não sei se quero falar de mim ou falar de Ogum. 
Se bem que por esses tempos, e até a eternidade, não sei mais se falar de mim é possível sem falar de Ogum. 
Por mais piegas que seja, não tem como dizer diferente senão que Ogum é minha vida. 
Se não fosse, vida era que eu não teria: seria sopro, pó, rastro, menos eu viva.
Ogum é o homem que domina os caminhos, o ferro e minha vida a ferro e fogo. 
Fogo de Oyá, a única que carregou sua coroa no reinado de Irê. 
Ela, bela Oyá, a que guerreia com a elegância de uma rainha mesmo sendo búfalo.
De ser de Ogum e ter Oyá, todo caminho deixa de ser penar pra ser a brisa do contentamento, o sorriso da luta vitoriosa, do amor de unhas, carnes, dentes e olhos nos olhos.
Assim como nenhum ferro é forjado sem o fogo, apesar de não ser Oyá, eu não sou força, fé e amor sem o agboró da minha vida.
Ogum, eu não te amo, eu sou só esse amor por você!

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